Goldman Sahcs diz que metalúrgicas brasileiras devem continuar a enfrentar desafios no curto e médio prazo
November 30 2023 - 1:49PM
Newspaper
As metalúrgicas brasileiras – como CSN (BOV:CSNA3), Gerdau
(BOV:GGBR4) e Usiminas (BOV:USIM5) – devem continuar a enfrentar
desafios no curto e médio prazo – ao menos é o que acredita o time
de analistas do Goldman Sachs, encabeçado por Marcio Farid. Assim,
os analistas do banco projetam um quarto trimestre de 2023 ainda
fraco para o setor e ainda uma incerteza para o primeiro trimestre
do ano que vem.
O que justifica a crença do banco americano é, majoritariamente,
a perpetuação da competição das companhias nacionais com o aço
importado. Já há algum tempo, as empresas brasileiras do setor vêm
reclamando da forte entrada do aço chinês no mercado nacional.
“As importações brasileiras de aço aumentaram 7% na base anual
em outubro. Os volumes agressivos de importação pressionaram os
preços e as vendas de aço doméstico, levando siderúrgicas a
discutir com o governo a necessidade de aumentar as tarifas de
importação para 25%”, explica o Goldman.
Segundo rumores, apesar da pressão das metalúrgicas pelo aumento
do imposto sobre os importados, outros setores da economia, que têm
no aço um gasto, vêm lutando contra a iniciativa.
Do lado positivo, os analistas destacam que houve uma queda de
31% das importações de aço plano na base mensal em outubro e de 41%
das de aço longo.
O recuo pode ser reflexo de uma mudança daquilo que está sendo
visto na China, com o gigante asiático voltando a comprar o produto
por conta dos recentes anúncios de estímulos ao setor de construção
civil e na preparação para o Ano Novo chinês. Fora isso, há também
a possibilidade das empresas brasileiras terem montando mais
estoques, que podem durar até o fim do primeiro trimestre de
2024.
“A recente queda nas importações, porém, poderia impactar
negativamente a potencial implementação desse aumento nas tarifas.
Agora vemos prêmios de paridade de importação em 10% para produtos
planos e 5% para longos, que estão próximos dos níveis históricos
de 5-10%”, ponderam os especialistas.
A retomada da demanda na China por minério e aço, apesar de
potencialmente diminuir o nível de importação do Brasil do aço
chinês, contudo, deve pressionar as metalúrgicas brasileiras de
outra forma.
“Com os preços do minério de ferro e do carvão permanecendo
elevados, esperamos que a melhoria de custos seja um fator
limitante de apoio aos lucros dos produtores de aço”, comenta, A
tonelada do minério de ferro, por exemplo, deixou de ser negociada
a cerca de US$ 115 dois meses atrás para, agora, estar próxima a
US$ 130.
Por fim, o Goldman Sachs menciona ainda que o consumo de aço no
Brasil dá sinais de fraqueza. Apesar de estável no acumulado do
ano, o consumo de planos caiu 2% em outubro, enquanto o de longos
recuou 4%. O Instituto Nacional do Aço (IABR) espera que o consumo
aparente de aço diminua 2,6% em 2023 frente a 2022.
“Acreditamos que a demanda por aço diminuirá no curto prazo
devido à queda nos lançamentos imobiliários e ao fraco sentimento
do mercado, até que os programas de investimento do governo comecem
a refletir na demanda”, explicam.
Os lançamentos de moradias em São Paulo, por exemplo, atingiram
7,3 mil unidades em setembro, com queda de 10% na base anual. No
acumulado do ano, os lançamentos somam 70 mil, com baixa de 17%
frente ao mesmo intervalo de 2022.
O Goldman tem recomendação neutra para Usiminas e Gerdau e de
venda para CSN, enquanto tem recomendação de compra para Vale
(BOV:VALE3) entre as mineradoras. Confira abaixo as projeções para
as ações das companhias:
Informações Infomoney
GERDAU PN (BOV:GGBR4)
Historical Stock Chart
From Jun 2024 to Jul 2024
GERDAU PN (BOV:GGBR4)
Historical Stock Chart
From Jul 2023 to Jul 2024