Petrobras deverá investir cerca de US$ 300 milhões na perfuração de dois poços na Bacia Potiguar
October 03 2023 - 7:58AM
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A Petrobras deverá investir cerca de US$ 300 milhões na
perfuração de dois poços exploratórios de petróleo e gás em águas
profundas da Bacia Potiguar, cujas licenças ambientais foram
emitidas na segunda-feira pelo Ibama, afirmou à Reuters o diretor
de Exploração e Produção, Joelson Falcão Mendes.
É a primeira licença desde 2013 concedida para perfuração na
Margem Equatorial brasileira, uma extensa área que vai do Rio
Grande do Norte ao Amapá, considerada uma nova fronteira
exploratória de petróleo e gás.
O primeiro poço previsto, Pitu Oeste, será perfurado a 52 km da
costa, no bloco BM-POT-17, com início entre outubro e novembro,
depois que a sonda NS-42 que está no Rio de Janeiro for preparada e
enviada para locação.
“A sonda chegou aqui no Rio hoje (segunda-feira) para fazer a
limpeza do casco, o que pode demorar de duas a quatro semanas.
Terminando, a gente desloca a sonda para lá”, disse Mendes, em uma
entrevista na noite da véspera, pontuando que o investimento na
perfuração é uma média e dependerá do tempo de duração efetivo das
perfurações.
A previsão é que ambos os poços demandem cerca de quatro a cinco
meses para serem realizados. O segundo poço licenciado, chamado
Anhagá, será perfurado no bloco POT-M-762, próximo ao primeiro,
segundo o diretor.
Com a pesquisa exploratória em Potiguar, a companhia planeja
obter mais informações geológicas da área para avaliar a
viabilidade econômica e a extensão da descoberta de petróleo
realizada em 2013 no poço de Pitu.
Pitu já havia recebido um poço de extensão, também com
descoberta, em 2015, o último a ser realizado em toda a Margem
Equatorial brasileira, onde o avanço exploratório divide opiniões
no governo, uma vez que a região tem grande potencial para
descobertas de petróleo, mas também enormes desafios
socioambientais.
FOZ DO AMAZONAS
A aprovação em Potiguar vem após o Ibama ter negado em maio a
perfuração de um poço na Bacia da Foz do Rio Amazonas, no litoral
do Amapá, alegando que a companhia não teria cumprido
pré-requisitos. A Petrobras (BOV:PETR3) (BOV:PETR4), por sua vez,
propôs melhorias no plano de exploração e apresentou recurso. O
Ibama não tem um prazo exato para responder.
Mendes afirmou que a Petrobras tem a expectativa de que o Ibama
a libere em breve para realizar um simulado de acidente no Amapá,
denominado Avaliação Pré-Operacional (APO), o que seria um último
passo antes de obter a licença de perfuração na região.
“Nossa expectativa é de, quem sabe, antes de a gente terminar o
primeiro poço (em Potiguar), o Ibama já se manifeste com a hipótese
de a gente deslocar a sonda para lá (Amapá) para fazer a APO”,
disse Mendes.
O aval nesse prazo, segundo Mendes, facilitaria o planejamento
da estatal para o simulado na Foz do Amazonas, onde a sonda será
necessária, assim como diversos outros recursos e aparatos,
incluindo profissionais, aeronaves, ambulâncias, veículos,
embarcações, dentre outros.
“A gente entende que nós atendemos a todos os requisitos
técnicos, que todas as últimas dúvidas que o Ibama teve a gente
conseguiu sanar…, então a gente não vê nenhuma razão técnica para
que não nos seja concedida a autorização para fazer a Avaliação
Pré-Operacional lá, para que possamos testar toda a nossa
capacidade de resposta”, disse Mendes.
“Como a gente está tecnicamente seguro, e a gente deu todas as
informações ao Ibama, a gente entende que isso é possível.”
Os poços na Foz do Amazonas e em Potiguar fazem parte de uma
ampla campanha exploratória de um total de 16 perfurações previstas
pela petroleira para a Margem Equatorial em cinco anos, com
investimentos de cerca de 3 bilhões de dólares.
Mendes adiantou que o Plano Estratégico quinquenal da
petroleira, cuja atualização será publicada no fim deste ano,
manterá o investimento previsto.
Informações Reuters
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