Ibama concede licença ambiental para a Petrobras perfurar a bacia mais conhecida da Margem Equatorial
October 02 2023 - 12:49PM
Newspaper
O Ibama optou por conceder licença ambiental para a Petrobras
perfurar a bacia mais conhecida da Margem Equatorial, de Potiguar,
no litoral do Rio Grande do Norte e Ceará, avaliou o presidente da
Petrobras, Jean Paul Prates, em uma rede social. A licença acontece
após a negativa do órgão, em maio, para o pedido de licença para a
exploração na bacia da Foz do Amazonas, prioridade para a estatal
devido à expectativa de reservatórios gigantes como os encontrados
pelos vizinhos Guiana e Suriname.
“Ao que parece, Ibama e MMA (Ministério do Meio Ambiente)
optaram por começar a licenciar a possibilidade de perfuração
marítima em águas profundas da Margem Equatorial pela região em que
há mais estudos, atividades e experiência operacional: a bacia
Potiguar (costa do Ceará e do Rio Grande do Norte) possui 7 poços
produzindo petróleo e gás, 437 poços marítimos já perfurados pela
Petrobras historicamente, além de mais de 8.680 poços em terra”,
disse Prates no Twitter.
Em entrevista ao Broadcast em maio deste ano, Prates já havia
informado que a empresa deveria perfurar o campo de Pitu Oeste, na
bacia Potiguar, enquanto aguardava a reconsideração do Ibama em
relação à bacia da Foz do Amazonas.
“O pedido de reconsideração apresentado pela Petrobras ante a
primeira negativa do Ibama foi feito em 25/05. Ofícios de 11, 14 e
20 de julho, e de 22 de agosto, 1 e 18 de setembro registram a
manutenção da prioridade em licenciar o poço FZA-M-59”, informou
Prates nesta segunda-feira na rede social.
Ele informou que a campanha exploratória da Petrobras
(BOV:PETR3) (BOV:PETR4) para a Margem Equatorial brasileira
consiste de um total de 16 poços exploratórios (busca de novas
reservas) a serem perfurados entre 2023-2027, um investimento
estimado em R$ 15 bilhões (US$ 3 bilhões). As bacias sedimentares
onde a Petrobras possui blocos exploratórios a perfurar são: FZA
(Foz do Amazonas), PAMA (Pará-Maranhão), BAR (Barreirinhas) e POT
(Potiguar).
A ida para o norte do País visa a reposição de reservas de
petróleo, movimento necessário para que o Brasil mantenha a
produção para o abastecimento interno e exportação.
“A Petrobras está consciente (e efetivamente operante) do seu
papel de protagonista no abastecimento de petróleo para o Brasil,
de forma a garantir a segurança energética tão importante para
consolidar a atual rota de desenvolvimento sustentável a partir da
autonomia e uso consciente dos ainda necessários recursos
petrolíferos e gasíferos”, explicou o executivo.
Prioridade
De acordo com o presidente da estatal, a prioridade da Petrobras
sempre foi a Foz do Amazonas (FZA), Potiguar e Barreirinhas, nesta
ordem.
Ele informou que os pedidos de licença iniciais foram
apresentados em abril do ano passado ao Ibama, e que o órgão segue
analisando o pedido de reconsideração para a licença da FZA. “A
Petrobras já cumpriu todas as novas exigências e requerimentos
colocados pelo Ibama em seu parecer mais recente sobre o caso”,
afirmou.
A autorização do Ibama ocorreu após a realização de uma recente
e bem sucedida Avaliação Pré-Operacional (APO) na bacia de
Potiguar, onde foi realizada uma simulação de vazamento para
atestar os procedimentos de combate/Remediação.
“Foram mais de 1.000 pessoas envolvidas (pessoal próprio,
terceirizado, e frentes de atuação local), incluindo mais de 30
forças-tarefa atuando no mar e nas praias, 150 empregados no Posto
de Comando central no Edisen (sede da Petrobras no Rio), 50
empregados no Posto de Comando local em Fortim-CE, 400 agentes
ambientais e profissionais de fauna, além de pessoal da Transpetro,
da UN-RNCE (unidade Rio Grande do Norte-Ceará) e de 13 CDAs
(Centros de Defesa Ambiental) espalhados pelo Brasil”, informou
Prates. “É diante do êxito dessa simulação técnica e operacional
que estamos otimistas quanto à obtenção, nesta próxima semana, da
licença para perfurar Pitu Oeste e, concomitantemente, prosseguir
com a finalização bem sucedida do processo de licenciamento no
Amapá”, destacou.
De acordo com o Broadcast, a licença foi concedida na
sexta-feira, 29.
Para realizar a operação, a Petrobras vai retornar com a sonda
que ficou meses aguardando o licenciamento do bloco FZA-M-59, na
bacia da Foz do Amazonas, a 560 quilômetros da Foz do rio Amazonas.
A sonda está no momento realizando trabalhos na bacia de Campos, e
voltará a ser deslocada para o norte do País a fim de perfurar dois
blocos no campo de Pitu Oeste. “Essa perfuração em águas profundas
da Margem Equatorial deve durar de 4 a 5 meses. Caso o Ibama ainda
autorize a realização de similar APO na bacia da Foz, a Petrobras
deverá conduzi-la imediatamente, com vistas à obtenção da licença
também no Amapá”, informou.
Transição
Prates fez questão de ressaltar nas mensagens pelas redes
sociais que a busca de novas reservas e os investimentos
exploratórios na Margem Equatorial brasileira não são
contraditórios em relação à transição energética em curso, tanto na
Petrobras quanto no mundo.
“Ela representa um potencial de investimentos de US$ 21 bilhões
(mais de R$ 100 bilhões de reais) na região, geração de quase 500
mil empregos diretos e indiretos e cerca de R$ 160 bilhões em
receitas governamentais (União, Estados e Municípios) nos próximos
cinco anos”, informou Prates, destacando que os recursos da
produção de petróleo na região podem ajudar a organização da
economia circular da “floresta em pé”, desenvolvendo a
infraestrutura da Amazônia em harmonia com a natureza e o bem estar
dos povos da Amazônia.
Informações Broadcast
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