O grupo Natura &Co, dono das marcas de
beleza Natura, Avon, The Body Shop e Aesop, registrou um
prejuízo líquido atribuído aos controladores de R$
560 milhões no terceiro trimestre, revertendo o lucro de R$ 273
milhões apresentado no mesmo período do ano passado.
A receita líquida totalizou R$ 9 bilhões,
com queda de 5,7% em reais e alta de 2,2%% em moeda constante.
A companhia argumenta que “as receitas cresceram em câmbio
constante (CC) devido ao forte desempenho de Natura &Co Latam
(com alta de 10,2% em CC) e Aesop (alta de 21,5% em CC)”. No
entanto, essas altas foram parcialmente compensadas pelos
“contínuos desafios na The Body Shop (com queda de 19,5% em CC)” e
pelo que a empresa chamou de “desempenho brando da Avon
Internacional”, que viu a receita cair 8,1% em câmbio constante, e
3,1 % excluindo Rússia e Ucrânia da conta.
O Ebitda – lucro antes de juros,
impostos, amortização e depreciação – somou R$ 772,5 milhões,
o que representa uma queda de 5,7% ante o apresentado de julho a
setembro do ano anterior.
Segundo a empresa, o resultado negativo foi impulsionado
principalmente pelo menor Ebitda e maiores despesas financeiras. A
companhia afirma que esses movimentos foram “parcialmente
compensados pela recuperação de créditos tributários associados a
operações estrangeiras referentes a 2021”. O lucro líquido do
terceiro trimestre de 2021, por sua vez, também se beneficiou de
ganhos fiscais relacionados a recuperações de créditos no Brasil,
segundo o documento da companhia;
O lucro bruto caiu 7,4%, para R$ 5,7 bilhões. A
Natura viu ainda sua margem bruta cair 120 pontos-base na
comparação ano a ano, para 64,1%, com maior custo dos produtos
vendidos (CPV).
“Apesar de alguns preços de commodities apresentarem
recentemente uma tendência deflacionária, a Natura &Co compra
insumos de valor agregado. Os preços dos insumos estão
correlacionados aos preços das commodities, mas essa dinâmica tem
sido mais do que compensada pelo aumento dos preços de energia e da
inflação como um todo”, diz a empresa de cosméticos.
As vendas habilitadas digitalmente, que incluem vendas online
(e-commerce + social selling) e vendas por relações por meio dos
nossos principais aplicativos digitais, alcançaram 50,1% da receita
total, em comparação a 49,8% no 3T21, com crescimento contínuo
melhorando a exposição digital na Natura e na Avon.
As despesas operacionais da holding recuaram 5,9%, para R$ 5,5
bilhões. Destaque para os recuos dos gastos administrativos, com
pessoal, etc, que recuaram 10,9%, para R$ 1,4 bilhão.
A companhia registrou um prejuízo financeiro de R$ 564 milhões
no terceiro trimestre, alta de 92,5% na base anual. A Natura
explica que a alta se deu por conta das perdas com taxas de juros,
que subtraíram R$ 95,9 milhões do balanço (alta de 88% no ano) e
pelos gastos com variação cambial, com destaque para a libra
esterlina, o peso argentina e a lira tuca.
A Natura fechou setembro com uma dívida líquida de R$ 5,17
bilhões, ante R$ 4,4 bilhões no mesmo mês de 2021.
Projeções
A companhia também informou que decidiu descontinuar o seu
guidance (projeções) para receita líquida consolidada, margem
Ebitda consolidada, índice de endividamento líquido consolidado,
além de projeções para Avon Internacional, margem Ebitda
recorrente, programa de investimentos e, por fim, expectativas de
captura de sinergias resultantes das combinações de negócios com a
Avon Products.
A retirada do guidance ocorre no contexto da nova gestão, de
cinco meses, sob o comando de Fabio Barbosa.
Naquela ocasião, aponta a empresa, foi anunciada uma
reorganização da estrutura da Natura &Co, com o objetivo de
aumentar as reponsabilidades de suas unidades de negócios e uma
estrutura mais simples da holding. As mudanças, recomendadas pelo
Comitê de Transição, continuam sendo implementadas pela
administração, afirmou.
Adicionalmente, também anunciou que avalia rever seus modelos de
operação e/ou sua presença nos mercados de baixo desempenho, bem
como está acelerando o ritmo da integração das marcas Natura e Avon
na região da América Latina.
Mais recentemente, também foi divulgado estudo acerca de um
potencial IPO ou spin-off (separação do grupo) da sua marca e
unidade de negócios de luxo e bem-estar, Aesop.
“Tendo em vista a continuidade da reestruturação organizacional
da companhia e as recentes atualizações sobre possíveis alterações
em suas linhas de negócio, a companhia decidiu descontinuar as
projeções”, reforçou.
Os resultados da Natura (BOV:NTCO3) referentes suas operações do
terceiro trimestre de 2022 foram divulgados no dia 09/11/2022.
Confira o Press Release completo!
* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney,
Estadão
NATURA ON (BOV:NTCO3)
Historical Stock Chart
From May 2024 to Jun 2024
NATURA ON (BOV:NTCO3)
Historical Stock Chart
From Jun 2023 to Jun 2024