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Mesmo com o mau humor externo, a bolsa brasileira conseguiu encerrar a última sessão da semana em terreno positivo. No término das negociações, o índice acionário da BM&FBovespa registrou valorização de 1,18%, aos 61.171 pontos. O giro financeiro da bolsa ficou em R$ 6,93 bilhões.

Na opinião de Kelly Trentin, analista de investimentos da SLW Corretora, a bolsa brasileira intensificou o movimento de descolamento dos principais índices acionários norte-americanos após o anúncio de que o Rio de Janeiro foi escolhido para sediar as Olimpíadas de 2016.

"Com o anúncio alguns setores se destacaram no Ibovespa, como telecomunicações, consumo, construção, aviação, além de siderúrgicas. Isso porque as empresas serão beneficiadas com o evento", avaliou a analista de investimentos da SLW Corretora.

No final dos negócios, as ações ordinárias da Cyrela e da Gafisa figuraram entre as maiores altas do principal índice acionário brasileiro, com crescimento de 4,71% e 4,70%, respectivamente.

Os papéis ordinários da Light encerraram com valorização de 3,75%, vendidos a R$ 25,71. "A Light subiu porque é uma empresa carioca e vai estar relacionada diretamente", acrescentou Kelly Trentin.

Dentre as companhias aéreas, as ações preferenciais da TAM também terminaram entre os destaques positivos do Índice Bovespa, com expansão de 3,52%, acompanhadas pelas preferenciais da GOL, com alta de 3,03%.

Na mesma direção, segundo Kelly Trentin, as ações preferenciais da Gerdau também foram favorecidas com o anúncio. No final da sessão, os papéis subiram 3,24%, cotados a R$ 23,86.

A analista de investimentos da SLW Corretora destacou ainda que como a economia brasileira conseguiu passar bem pela crise financeira mundial, "isso acabou trazendo uma percepção positiva", disse.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou hoje que a produção industrial brasileira subiu 1,2% em agosto deste ano, na comparação com julho. Esta foi a oitava apuração positiva consecutiva do índice, acumulando alta de 13,5%.

Já no cenário externo, as notícias não foram nada agradáveis. Um dos indicadores mais aguardados da semana, o payroll, mostrou que a economia norte-americana ainda está fragilizada em meio à crise financeira.

A economia dos Estados Unidos eliminou 263 mil postos de trabalho em setembro, refletindo a situação dos setores de serviços (-147 mil) e de bens de produção (-116 mil), os segmentos que mais cortaram vagas. Na mesma linha, o setor de construção civil eliminou 64 mil postos de trabalho em setembro, enquanto que o setor manufatureiro reduziu em 51 mil suas vagas. Isso elevou a taxa de desemprego para 9,8% em setembro de 2009, ante 9,7% no mês anterior.

Outro dado que não agradou os agentes foi o de encomendas à indústria norte-americana. Após quatro meses seguidos de alta, os novos pedidos recuaram 0,8% ou US$ 2,8 bilhões durante o mês de agosto.

(Déborah Costa - Agência IN)