Carrefour terá de se desfazer de 11 unidades que adquiriu do Grupo Big
January 26 2022 - 7:36AM
Newspaper
O Carrefour, que provavelmente terá de se desfazer de uma parte
das lojas que adquiriu do Grupo Big, já conta com alguns
investidores interessados em comprá-las. É o que mostra uma
reportagem publicada nesta terça-feira (25) pelo
jornal Valor Econômico, que conversou com alguns
dos candidatos, em especial fundos imobiliários.
O interesse ocorre após o Carrefour informar, na manhã desta
terça, que a Superintendência-Geral do Conselho Administrativo
de Defesa Econômica (Cade) emitiu um parecer sobre a compra do
Grupo Big no qual aponta que o grupo francês precisaria vender
uma parte das lojas, como uma forma de evitar uma alta concentração
de mercado em algumas regiões do Brasil, para poder seguir com a
transação.
De acordo com comunicado do Carrefour (BOV:CRFB3), a rede teria
de vender uma quantidade inferior a 10% das unidades de varejo e
autosserviço do Grupo Big. Em março do ano passado, quando anunciou
que estava comprando o Grupo Big, em uma operação de R$ 7,5
bilhões, o Carrefour informou que estava levando 386 unidades de
varejo e autosserviço, 15 postos de combustíveis e 11 centros de
distribuição.
O Carrefour não informa a quantidade exata de lojas que teria de
vender para respeitar a recomendação do Cade, mas
o Valor apurou que fundos imobiliários já vêm
trabalhando para analisar o perfil de pontos que podem ser
oferecidos. Contudo, a possibilidade da criação de regras, como a
necessidade de as lojas continuarem atuando no mesmo segmento, pode
limitar o interesse.
Além disso, os gestores de fundos imobiliários ouvidos pelo
jornal apontam que as unidades do Nordeste podem ser as mais
concorridas, considerando a dificuldade em achar bons locais na
região, enquanto os imóveis do Sul podem não encontrar tanta
demanda.
A apuração do Valor afirma que onze unidades já
foram listadas pelo Cade como alvo de desinvestimento, localizadas
nos estados de Rio Grande do Sul, Ceará e Pernambuco.
Entre os fundos imobiliários que vêm se movimentando no setor,
por meio da compra de imóveis e subsequente locação a operadores
interessados, o jornal lista o FII SuccesPar Varejo e dois fundos
da TRX Gestora de Recursos.
Sobre a transação
Quando anunciou a compra do Grupo Big, o Carrefour explicou que
seu objetivo era que todas as unidades adquiridas fossem
transformadas em lojas do Atacadão, a bandeira de atacarejo do
Carrefour no mercado brasileiro.
O acordo, porém, ainda precisa ser aprovado em definitivo pelo
Cade. O que ocorreu agora foi apenas uma recomendação de aprovação,
com condições, feita pela Superintendência-Geral do conselho.
Em novembro, o Cade havia dito esta seria uma transação
“complexa” de avaliar, uma vez que o Atacadão poderia apresentar
uma concentração elevada de mercado em algumas regiões do
Brasil.
À época, o Carrefour disse que já esperava esse tipo de
comunicado, em razão das características da operação. A boa notícia
agora é que a “pena” recomendada foi mais leve do que havia sido
indicado em novembro, pois o “desinvestimento” do Carrefour teria
de ser “inferior” a cerca de 10% das lojas de varejo e
autosserviço.
O próximo passo é a avaliação que será feita pelo tribunal do
Cade, o último passo antes de uma aprovação definitiva. É esperado
que o resultado saia até junho deste ano. Só depois disso, a
companhia pretende iniciar os trabalhos para a conversão de todas
as lojas adquiridas em unidades do Atacadão.
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