A Braskem reportou no primeiro trimestre de 2024 um prejuízo
líquido de R$ 1,39 bilhão, maior ante perdas de R$ 242 milhões no
mesmo período de 2023. O resultado foi melhor na comparação com os
três meses imediatamente anteriores, quando havia apurado prejuízo
de R$ 1,751 bilhão, de acordo com o balanço trimestral divulgado
pela empresa.
A receita líquida, por sua vez, somou R$ 17,920 bilhões, queda
de 8% ante um ano e avanço de 7% na comparação com os três meses
imediatamente anteriores.
Se considerado o prejuízo líquido atribuível aos acionistas da
companhia, o resultado do período é de R$ 1,345 bilhão, revertendo
o lucro de R$ 184 milhões no intervalo de janeiro a março de 2023.
O prejuízo para o início de 2024, contudo, é 15% menor ante as
perdas de R$ 1,575 bilhão apuradas no quarto trimestre do ano
passado.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e
amortização) recorrente atingiu R$ 1,140 bilhão no período, alta de
7% ante um ano. No intervalo trimestral, por sua vez, foi
registrado avanço de 9%.
A Braskem aponta que o avanço sequencial no Ebitda foi provocado
pelo aumento nos spreads (margens) de polietileno (PE),
polipropileno (PP) e principais químicos no mercado
internacional.
Os resultados da Braskem (BOV:BRKM3)
(BOV:BRKM5) (BOV:BRKM6)
referentes suas operações do primeiro trimestre de 2024 foram
divulgados no dia 19/03/2024.
Teleconferência
Após desistência da Adnoc dos Emirados Árabes em adquirir a
participação da Novonor na Braskem (BRKM5), a petroquímica afirma
que outra empresa está de olho no negócio.
Pelo que já foi noticiado, a interessada seria a Petrochemical
Industries Company (PIC), do Kuwait, mas a companhia não confirmou
o nome na apresentação dos resultados do 1T24 à imprensa, nesta
quinta (9). A Braskem se deteve a dizer apenas que há due diligence
(procedimento de avaliação) em andamento. Esse procedimento ocorre
quando existe uma negociação em andamento, de modo que a empresa
interessada em fazer negócio com outra levanta diversas
informações.
“A gente tem notícia do encerramento do processo de potenciais
compradores. A gente tem pelo menos um outro interessado seguindo o
processo de due diligence. O negócio continua sendo avaliado”,
disse Pedro Freitas, CFO da Braskem.
Assunto em sigilo
“Infelizmente todo esse tema é coberto com acordos de sigilo. É
um processo conduzido pela Novonor, nosso acionista controlador”,
complementou.
Mas o executivo confirmou que recebeu pedido para condução de
due diligence dentro da companhia. “Não sei quanto tempo dura. A
empresa que está fazendo essa avaliação é que tem que ter seu nível
de conforto. Não tem um prazo estabelecido para isso”, afirmou.
O executivo disse ainda que a due diligence da Petrobras (PETR4)
terminou ano passado, “mas que tem ainda alguns complementos que
eles pedem de tempos em tempos, para eventual exercício do tag
along ou direito de preferência”.
Situação no Sul do país
Sobre a interrupção das atividades de suas unidades no Polo
Petroquímico de Triunfo, no Rio Grande do Sul, devido a tragédia
climática, a Braskem informou que não possui estimativa do impacto
nem quando poderá retomar as operações.
Confira o calendário de resultados do 1º trimestre de 2024 da
Bolsa brasileira
“É um trabalho complexo. Como a Braskem tem plantas em vários
estados do Brasil, a gente consegue compensar parcialmente a perda
de produção”, afirmou Pedro Freitas.
“Isso não é possível para todo volume. Tem alguns produtos que a
gente só faz no Sul (do país). Mas a grande maioria deles a gente
consegue fazer essa otimização”, complementou.
Redução de operação
Segundo o executivo, parte da redução da taxa de operação de
75%, registrada no 1T24, para 50%, no momento, se deve as
interrupções no Rio Grande do Sul.
“A gente está buscando oportunidades de integração e de
otimização adicionais”, disse. No polo de Triunfo, a Braskem produz
principalmente polietileno verde, que só é produzido nesse site e
boa parte é exportado.
“Temos volume de estoque fora do Brasil que fica nos mercados.
Esse estoque tem 2 a 3 meses. Temos estoque no Rio Grande do Sul,
mas não conseguimos tirar agora pois não tem acesso logístico”,
explicou.
Freitas não considera um cenário extremo de falta do produto no
mercado. “Não tem perspectiva de retomada. Os nossos ativos não
foram afetados diretamente, mas para gente produzir tem que ter
logística, pessoas, que precisam acessar nossas instalações”,
esclareceu, acrescentando que tem a questão do fornecimento
contínuo de energia elétrica e de abastecimento de água, duramente
atingidos com as fortes chuvas no estado.
“A gente só vai saber como tudo isso está na hora que água
baixar. Ninguém tem certeza de quanto tempo isso pode durar. A
gente tem a preparação assim que a água baixar, fazer toda essa
verificação para voltar a operar de forma segura”, disse.
Mercado global
Com relação à recuperação do mercado global dos produtos que a
Braskem fornece, Pedro Freitas disse que houve melhora dos spreads
no primeiro trimestre em relação ao ano passado.
“Ainda está num patamar muito baixo comparando historicamente. A
gente não tem expectativa de uma recuperação esse ano. A gente acha
que esse ano continua com spreads bastante deprimidos. A gente tem
uma ligeira perspectiva de recuperação ao longo do ano, mas ainda
num patamar abaixo da média histórica”, explicou.
“Para o ano que vem a gente vê uma perspectiva um pouco melhor.
Tudo isso tem a ver com a dinâmica de oferta e demanda”,
complementou.
De acordo com o executivo, o balanço de oferta e demanda no
polipropileno é ainda “desafiante”. Já no polietileno, ele vê mais
demanda crescendo do que a capacidade existente.
“Polietileno já começa a mostrar algum grau de recuperação.
Polipropileno essa recuperação vai vir ano que vem”, disse.
* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney,
Reuters
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