O que os analistas pensam sobre a ausência da CCR no leilão do Trem Intercidades?
March 01 2024 - 11:15AM
Newspaper
Uma ausência bem sentida no leilão do Trem Intercidades (TIC)
São Paulo-Campinas ocorrido na última quinta-feira (31) foi a
CCR.
O Grupo Comporte, controlado pela família Constantino, fundadora
da Gol, em consórcio com a CRRC (grupo chinês), foi o único
proponente, vencendo assim o leilão ao oferecer um desconto de
apenas 0,01% no pagamento inicial.
Para analistas, a “não participação” da CCR no leilão traz
sinais positivos sobre a companhia. Segundo o JPMorgan, ela reforça
a estratégia de alocação de capital mais conservadora da empresa,
baseada em retornos de risco-recompensa e considerando o amplo
pipeline de novos leilões pela frente.
O Bradesco BBI, por sua vez, comenta que a decisão de se abster
deste leilão, juntamente com o fato de que a CCR (BOV:CCRO3) não
participou dos últimos três leilões de concessões de rodovias,
corrobora com a visão de que a empresa continuará a buscar
seletivamente oportunidades de crescimento que ofereçam retornos e
risco adequados.
Além disso, segundo o BBI, a CCR pode ter tomado a decisão de
preservar seu balanço para potencialmente concorrer a: 1) BR-040 em
11 de abril; 2) Litoral Paulista em 16 de abril; e 3) ViaOeste.
Esta última será relicitada no final de 2024 e pode demandar R$ 17
bilhões de investimentos. Na opinião do BBI, este é um ativo
estratégico para a CCR, e a empresa é a candidata favorita para
vencer este leilão, pois está atualmente operando esta
concessão.
O BTG Pactual interpreta a decisão da CCR como uma opção de
alocação de capital conservadora, uma vez que a proposta vencedora
foi surpreendentemente conservadora, oferecendo um desconto de
0,01% na parcela anual do governo. Para os analistas, a decisão
marca outro exemplo de melhoria na alocação de capital sob a nova
gestão e equipe de acionistas.
Por outro lado, segundo o BTG, a CCR ganha um novo concorrente
no segmento. Dada a performance estável da ação, o banco acredita
que o mercado está atualmente avaliando o argumento da
concorrência. Em termos de riscos de tráfego (mudança de rodovia
para ferrovia), analistas lembram que o contrato do AutoBAn assume
riscos de mitigação de tráfego a partir de 2027, portanto, não há
necessidade de reequilíbrio.
O time de análise do BTG disse gostar da estratégia conservadora
da CCR, especialmente devido ao significativo capex e riscos de
execução do projeto. Dado o grande pipeline de infraestrutura, a
empresa pode ser seletiva.
O TIC é um trem de passageiros de nova construção que conecta
São Paulo a Campinas e Jundiaí (no interior do Estado). É uma
concessão de 30 anos, com um investimento total de R$13,5 bilhões
em Capex e foi modelado como uma Parceria Público-Privada (PPP), o
que significa que o Estado deve pagar até R$ 8,06 bilhões no início
do projeto para financiar as obras de construção e até R$ 8,9
bilhões ao longo do projeto. No total, o governo garantiu mais de
90% das receitas, o que deve limitar o risco de receitas.
O JPMorgan mantém classificação overweight (acima da média do
mercado) para a CCR e preço-alvo de R$ 16,50, que está sendo
negociada com uma Taxa Interna de Retorno (TIR) de 11%. O Bradesco
BBI e BTG também reiteram avaliação equivalente à compra e
preço-alvo de, respectivamente, R$ 18 e R$ 19.
Informações Infomoney
CCR ON (BOV:CCRO3)
Historical Stock Chart
From Jun 2024 to Jul 2024
CCR ON (BOV:CCRO3)
Historical Stock Chart
From Jul 2023 to Jul 2024