Petrobras: governo do presidente Jair Bolsonaro está pressionando pela renúncia do atual presidente da companhia
June 02 2022 - 1:35PM
Newspaper
O governo do presidente Jair Bolsonaro está pressionando pela
renúncia do atual presidente da Petrobras, José Mauro Ferreira
Coelho. O governo quer acelerar o processo de votação do indicado
para substituí-lo no posto, Caio Paes de Andrade. Mas Ferreira
Coelho já avisou que cumprirá sua missão até o fim e não vai
renunciar ao cargo.
Sem uma renúncia, o governo precisa aguardar os trâmites normais
para a votação de Caio Paes de Andrade, o que pode demorar de 45
dias a 60 dias. Se o atual presidente decidisse sair antes, o
processo poderia ser acelerado. A mesma pressão foi feita na época
do presidente anterior da estatal (BOV:PETR3) (BOV:PETR4), Joaquim
Silva e Luna, mas ele também resistiu.
A amigos, José Mauro Ferreira Coelho deixou claro que precisa
cumprir sua missão até o fim. Ele até já se posicionou sobre o
assunto: “Temos a responsabilidade de dar continuidade às operações
e à gestão da empresa, e aguardamos que o processo de transição
seja feito por meio da Assembleia de Acionistas, obedecendo à
governança e às regras institucionais da empresa”, afirmou.
Dentro do governo, a avaliação já era de que dificilmente José
Mauro Ferreira Coelho aceitaria renunciar e antecipar sua saída do
comando da estatal. Segundo um assessor, a forma como ele foi
demitido, estando no cargo pouco mais de trinta dias, foi
deselegante e desrespeitosa.
O governo tem pressa em trocar o comando da empresa porque
deseja aumentar o espaço entre reajustes dos preços, tentando
evitar, por exemplo, novos aumentos durante o período eleitoral. As
regras da empresa não fixam um período entre os reajustes, mas que,
ao final do ano, os preços dos combustíveis, na média, estejam
alinhados aos praticados no mercado internacional.
A equipe de Bolsonaro foi surpreendida ao descobrir que a troca
não seria imediata, mas pode demorar entre 45 dias e 60 dias na
melhor das hipóteses depois que o Palácio do Planalto encaminhar
não só a indicação de Caio Paes de Andrade, que já foi feita, mas
também de outros conselheiros eleitos por voto múltiplo na
assembleia que elegeu Ferreira Coelho.
Quanto mais o governo demorar para encaminhar os novos nomes,
maior será o prazo para a análise dos novos indicados para o
Conselho de Administração pelo comitê de pessoas da estatal. Depois
desta análise e aprovação do comitê, começam a correr prazos que
levam entre 45 dias e 60 dias.
A expectativa é que o governo encaminhe os demais nomes ainda
nesta semana. Os escolhidos, inclusive, já estão sob análise da
Casa Civil, para passar por um crivo inicial do governo e evitar
recusas do comitê de pessoas da estatal. O Palácio do Planalto deve
reconduzir alguns conselheiros e indicar novos.
Atualmente, os conselheiros indicados pelo governo e que fazem
parte do Conselho de Administração são: Márcio Weber, atual
presidente do conselho, Murilo Marroquim de Souza, Luiz Henrique
Caroli, Sonia Julia Sulzbeck Villalobos e Ruy Flaks Schneider. José
Mauro Coelho Ferreira é o sexto nome, mas o governo já decidiu
trocá-lo.
Informações G1
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