Eletrobras: BNDES não venderá neste ano ações da companhia
December 14 2022 - 1:21PM
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O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)
não venderá neste ano ações da Eletrobras que estão na sua
carteira, disseram duas fontes próximas ao assunto, citando falta
de tempo para a realização de uma cogitada operação ainda em 2022 e
uma piora no cenário macroeconômico.
Uma cláusula de barreira (“lock-up”) para venda das ações
–imposta após a privatização da Eletrobras (BOV:ELET3) (BOV:ELET5)
(BOV:ELET6) – venceu no início do mês, o que gerou expectativa de
que o BNDES pudesse vender parte de suas ações na maior elétrica da
América Latina.
O banco chegou a fazer avaliações internas sobre o tema, mas a
ideia foi abortada, segundo as fontes, que falaram na condição de
anonimato.
“O banco não vai vender esses papéis da Eletrobras. Decisão
tomada”, disse uma das pessoas com conhecimento sobre o
assunto.
“Avaliou-se essa possibilidade, mas o tempo ficou curto, e para
se achar o tamanho adequado da operação, não teria (tempo) hábil…
muito difícil de fazer por conta da governança”, afirmou uma
segunda fonte.
Procurado, o banco não comentou o assunto imediatamente.
O BNDES avaliou a possibilidade de vender cerca de R$ 7 bilhões
em ações da Eletrobras, informou o jornal Valor Econômico, no
início do mês.
O banco detém em carteira ações equivalentes a cerca de 8% do
capital da elétrica, considerando fatia detida pelo braço de
participações societárias da instituição (BNDESPar).
O roteiro para a venda de ações incluiria avaliação pelo corpo
técnico, diretoria e conselho, o que esbarra no período para as
reuniões desses grupos, que normalmente têm datas fixas para os
encontros.
As vendas de participações do BNDES, que envolveram ações da
própria Eletrobras, Vale (VALE3), JBS (JBSS3) e Marfrig (MRFG3),
entre outras, ajudaram a impulsionar os lucros da instituição
durante o governo de Jair Bolsonaro.
Segundo dados do banco, entre janeiro de 2019 e setembro deste
ano, os desinvestimentos somaram R$ 88,5 bilhões.
Com a mudança na Presidência da República em 2023, é provável
que o banco deixe de se desfazer de participações. Nas gestões
anteriores petistas, o portfólio do banco de fomento engordou.
A piora no cenário econômico, segundo uma das fontes, também
inviabilizou a realização da operação de venda dos papéis da
Eletrobras.
“Quando se tem uma mudança macro grande, e foi o que ocorreu
agora, tem que refazer boa parte do trabalho. O risco Brasil hoje
está bem mais alto, os juros estão mais altos. Aí você tem que
refazer e atualizar as análises internas”, explicou.
“Se o ambiente não tivesse mudado, era mais rápido e fácil e
dava para fazer. Mas as premissas da operação mudaram”,
complementou.
O banco coordenou o processo de capitalização da Eletrobras que
movimentou mais de R$ 30 bilhões em meados do ano.
Nessa operação de “follow-on” da elétrica, foi determinado um
“lock-up” de 180 dias para acionistas vendedores e com posição
superior a 5%.
Informações Reuters
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