Lojas Americanas busca formas de contornar a crise de reputação e acelerar vendas
July 24 2024 - 3:22PM
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A Lojas Americanas tem buscado formas de contornar a crise de
reputação que começou há mais de um ano com a descoberta de fraudes
internas e um rombo bilionário. No último mês, os holofotes
voltaram à empresa com mandados de prisão de ex-executivos, o que
reacendeu a urgência de movimentos estratégicos para se manter no
mercado e continuar atendendo os mais de 50 milhões de clientes e
cerca de 30 mil associados no Brasil.
Uma das apostas é a implementação do chamado Pit Stop,
iniciativa inspirada nos mecanismos das corridas de Fórmula 1, que
prepara os envolvidos na operação para atividades de forma
coordenada no menor tempo possível. A corrida contra o tempo já
rendeu frutos e a empresa afirma que reduziu em 85% o tempo entre a
expedição no centro de distribuição e a descarga na loja, o que
gerou um ganho de 15% na produtividade global de todos os armazéns
da companhia.
O projeto, que foi iniciado em 2023, agora está presente nas
1.600 lojas físicas e em todos os centros de distribuição. Segundo
a varejista (BOV:AMER3), a iniciativa diminuiu os índices de falta
básica e ruptura (indisponibilidade de mercadorias) nas lojas.
Além disso, a Americanas informa que houve uma queda, em média,
de 2 horas para 40 minutos no tempo do processo, o que permite ao
funcionário da loja destinar o tempo da descarga de produtos para o
atendimento ao cliente. Apesar de a companhia ainda não ter fechado
seu balanço e não abrir números (a divulgação está prevista para 31
de julho), o diretor de logística da empresa, Luiz Bentes, garante
que as vendas foram ampliadas e já há impacto nos resultados.
“Estamos em busca de novas iniciativas que tornem a operação mais
ágil, rentável e eficiente na construção de uma Nova Americanas”,
diz.
A premissa da marca é se desvincular dos problemas financeiros e
ter a imagem atrelada a uma companhia eficiente e rápida. Em nota,
a empresa fala pouco do passado e diz que “tem o objetivo para os
próximos anos de continuar a ser o operador de varejo mais simples
e diverso do país, com presença em todo o Brasil”. Fala ainda que
segue focada em suas operações e no seu plano de transformação para
todos os acionistas.
Tecnologia como aliada
Para estruturar o projeto, a Americanas fez um estudo da demanda
prevista das lojas físicas versus a quantidade de unitizadores (que
ajudam a padronizar o movimento das cargas) necessários para cada
unidade. Depois, a infraestrutura de cada estabelecimento físico
foi mapeada e a empresa analisou os impactos operacionais diretos
no centro de distribuição, como custo no frete e o nível de serviço
das lojas.
Com essas análises, adquiriu 14 mil carrinhos de metal –
chamados rolltainers – fabricados sob medida na China para atender
à operação logística interna e otimizar o modelo de entrega
unificada.
Com o intuito de garantir a sincronicidade e a agilidade, as
etapas entre os centros de distribuição e lojas físicas são
monitoradas por uma torre de controle que abastece, em tempo real,
um aplicativo criado para a operação. “Todos os envolvidos no
processo têm acesso à ferramenta que concentra informações como
cronometragem do tempo e alertas sobre intercorrências. Ter essa
visão consolidada é essencial para a assertividade do processo, em
que cada segundo importa”, diz o executivo.
A companhia também usa ferramentas de IA em todas as etapas do
abastecimento para analisar dados de vendas, estoque e
comportamento do consumidor. “Isso nos ajuda a identificar padrões
e tendências para prever a demanda futura, reduzindo o desperdício
e melhorando a eficiência da cadeia de suprimentos”, explica
Bentes.
De acordo com ele, essa inteligência, aliada à gestão
operacional, garante que os produtos estejam sempre disponíveis,
evitando que itens se esgotem ou não cheguem no tempo certo às
prateleiras.
Com o Pit Stop, a Americanas afirma ter conseguido adotar um modelo
de gerenciamento da operação que integra CD, transporte e loja,
unificando a cadeia. A partir disso, definiu metas, métricas,
indicadores e rotinas para garantir que as operações ocorreriam de
forma fluida. “Cada minuto economizado no abastecimento vira 500
minutos de frota todos os dias”, diz.
A evolução do projeto possibilitou criar o Alta Frequência,
desdobramento do Pit Stop que permite que as lojas físicas sejam
abastecidas por mais vezes em um curto período, minimizando ainda
mais os impactos de rupturas, conta Bentes. Segundo ele, isso gera
ganhos na operação e garante que os clientes tenham sempre acesso
às prateleiras cheias, principalmente nos grandes eventos sazonais,
como Páscoa e Black Friday. Atualmente, mais de 500 lojas das
unidades com raio de até 100 km dos CDs participam dessa evolução
do Pit Stop.
Time preparado
Como em toda nova iniciativa, o envolvimento e treinamento dos
funcionários foram cruciais terem agilidade em suas funções
específicas, ajustando a operação e cronometrando o tempo via
monitoramento da torre de controle. “Sempre estimulamos o time a
entender o fluxo completo da cadeia para identificar oportunidades
e uma maior integração entre as áreas”, afirma o executivo.
Ele conta que os profissionais participaram, inclusive, do
desenho da ação. “A proposta começou como um desafio de
criatividade para que os colaboradores se sentissem parte do
projeto e conseguissem enxergar suas soluções aplicadas na operação
da companhia”, afirma.
De acordo com Bentes, os profissionais de diversas áreas se
engajaram no projeto, trabalhando juntos em prol de uma nova
dinâmica na operação. “O empenho do time faz toda a diferença no
sucesso do projeto”, finaliza. Ao que tudo indica, a Americanas
está correndo para transformar seus ganhos – e imagem.
Informações Infomoney
Americanas ON (BOV:AMER3)
Historical Stock Chart
From Jul 2024 to Aug 2024
Americanas ON (BOV:AMER3)
Historical Stock Chart
From Aug 2023 to Aug 2024