Relatório da Mastercard aponta lacunas da inclusão financeira na América Latina e oferece sugestões para enfrentamento do problema
June 12 2023 - 9:00AM
Business Wire
- Segundo o estudo, o número de consumidores que só usam dinheiro
em espécie e não tem conta bancária caiu drasticamente; de 45% para
21%.
- A inclusão financeira não se dá de maneira uniforme; entre os
indivíduos que responderam à pesquisa, apenas 59% dos que têm baixa
renda e 40% dos que vivem fora das grandes cidades afirmaram ter
conta bancária.
- Os governos nacionais desempenharam um papel fundamental na
promoção da inclusão financeira durante e após a pandemia.
A Mastercard divulgou hoje um novo relatório, The State of
Financial Inclusion post COVID-19 in Latin America and the
Caribbean: New Opportunities for the Payments Ecosystem (O estado
da inclusão financeira pós-COVID-19 na América Latina e no Caribe:
novas oportunidades para o ecossistema de pagamentos), que mostra a
adoção generalizada de produtos e serviços financeiros digitais em
sete países da América Latina (Argentina, Brasil, Colômbia, El
Salvador, Guatemala, México, Peru) e os desafios que permanecem
entre os que continuam à margem do sistema financeiro. Realizado em
parceria com a Americas Market Intelligence (AMI), o relatório
destaca que, embora a maioria dos latino-americanos tenha
conseguido ter acesso a produtos financeiros básicos entre 2020 e
2023, 21% continuam excluídos.
"Hoje, a inclusão financeira é uma prioridade que vai além do
acesso. Para terem sucesso de fato, os serviços financeiros
precisam ser amplamente utilizados. Ajudar pessoas e comunidades a
subir a escada da inclusão financeira — do acesso ao uso e além — é
crucial para alcançar novos níveis de prosperidade econômica",
disse Marcela Carrasco, Vice-Presidente Sênior de Desenvolvimento
de Mercado, Inclusão Financeira, da América Latina e do Caribe.
O que aprendemos em três anos desde a COVID:
A maioria dos latino-americanos (79%) tem acesso a produtos
financeiros básicos, mas ainda existe uma lacuna entre esses
indivíduos para alcançar formas mais avançadas de inclusão
financeira.
- Acesso ao crédito: Enquanto 58% dos latino-americanos
possuem um cartão de crédito, apenas 3 em 10 têm acesso a outras
formas de crédito, como empréstimos, seguros ou produtos de
investimento.
- A inclusão financeira não é distribuída uniformemente:
Os ganhos em termos de inclusão financeira não são distribuídos
uniformemente, uma vez que, entre os indivíduos que responderam à
pesquisa, apenas 59% dos que têm baixa renda e 40% dos que vivem
fora das grandes cidades afirmaram ter conta bancária.
- Os governos nacionais desempenharam um papel fundamental na
promoção da inclusão financeira: Os governos nacionais foram
fundamentais para promover a inclusão financeira durante e após a
pandemia, 15% dos indivíduos que responderam à pesquisa afirmaram
ter tido acesso à sua primeira conta bancária graças à
digitalização da assistência governamental.
- Os consumidores continuaram a subir os degraus da escada da
inclusão financeira: adotando produtos como investimentos,
seguros e soluções Buy Now Pay Later (compre agora e pague depois)
a taxas mais rápidas.
O estado das finanças digitais e o uso do dinheiro em
espécie:
Embora a utilização de dinheiro em espécie para as despesas do
dia a dia tenha diminuído a favor dos métodos de pagamentos
digitais, os consumidores vivem em uma época em que o dinheiro
coexiste com os métodos de pagamentos digitais. Antes da COVID, 25%
dos participantes afirmavam utilizar dinheiro para mais de 75% das
suas despesas mensais, mas em 2023 este número caiu para 15%.
- O uso de dinheiro: Em todos os países, podemos ver uma
redução na utilização de dinheiro em espécie pelos consumidores
para mais de metade das suas despesas mensais. Especificamente, a
Argentina registou uma redução de 20%, o Brasil e o México tiveram
as reduções mais significativas (-17%); e no Peru e El Salvador,
conhecidos por estarem em fases iniciais de digitalização, a
redução foi menos drástica: 8% e 5%, respectivamente.
- O papel da aceitação de pagamentos digitais: Apesar
desse declínio motivador, o dinheiro em espécie continua a ser o
método de pagamento diário mais utilizado, refletindo o forte papel
que as pequenas empresas e os sistemas de transporte público
desempenham na aceitação de pagamentos digitais.
- O pivô digital da pequena empresa: A maioria das
pequenas empresas que participaram da pesquisa (92%) afirmou
aceitar algum tipo de pagamento digital. De longe, o principal
método de pagamento aceito é o P2P (pagamento pessoa a pessoa) ou
transferência bancária (82%), seguido do mercado online (33%) e do
código QR (32%), em terceiro lugar. No entanto, esses números
também sugerem grandes níveis de informalidade e o uso de contas
pessoais, uma vez que as plataformas mencionadas não exigem que o
negócio seja formalizado.
- Incentivos do ecossistema: Destronar o dinheiro requer
mais atenção por parte dos provedores de pagamento digital para
desenvolver soluções que ofereçam incentivos relevantes para
pagadores, consumidores e comerciantes.
- Celulares: Os smartphones dominaram o setor de
pagamento, atingindo 80% na região, o que faz deles parte
integrante do processo de pagamento, com 88% dos entrevistados
indicando que usam seus telefones celulares para fazer transações,
enquanto a maioria (55%) disse preferir usar um dispositivo móvel
para abrir uma nova conta.
O acesso a diferentes formas de crédito ainda é um componente
essencial para a inclusão financeira. Da mesma forma, os
entrevistados salientaram que o acesso à educação financeira é
igualmente importante, reforçando que a inclusão financeira não se
trata apenas de oferecer produtos, mas também de compreender as
populações sem acesso bancário e comunicar os benefícios a elas de
acordo com suas necessidades. Apesar das lacunas que ainda existem
na América Latina, os consumidores afirmam que a inclusão
financeira teve um impacto positivo em suas vidas.
Cinco lições para o ecossistema:
Os provedores de pagamento na América Latina precisam se
concentrar em cinco áreas-chave para atrair mais usuários e
aumentar a inclusão financeira.
- Primeiramente, eles devem priorizar a personalização,
oferecendo soluções customizadas para determinados segmentos que se
encontram atrasados no processo de inclusão, usando ferramentas
abertas de financiamento e de gestão de finanças pessoais para
agregar valor e relevância.
- Em segundo lugar, é necessário canalizar o desenvolvimento de
produto para o crédito, criando soluções que ofereçam um acesso
mais fácil a empréstimos pessoais e cartões de crédito, e que
impulsionem uma pontuação de crédito inovadora ou modelos criativos
de garantias.
- Os provedores também precisam reformular o conceito de educação
financeira, afastando-se dos cursos e workshops tradicionais e
fornecendo educação financeira invisível e gamificada, adaptada à
capacidade financeira de cada segmento.
- Os provedores de pagamento devem aproveitar a conveniência e
criar incentivos, concentrando-se em economia de tempo, adotando
uma abordagem ecossistêmica que resolva vários problemas ao mesmo
tempo, e produtos de investimento simples que ofereçam liquidez,
entre outros.
- Por fim, uma parceria contínua entre o setor público-privado é
essencial para melhorar a inclusão financeira; e os provedores de
pagamentos devem priorizar os subsídios, o transporte público e as
políticas financeiras proativas para a redução do uso do dinheiro
em espécie.
Como a inclusão financeira é multidimensional, medir
corretamente as taxas de inclusão requer uma visão sempre
atualizada que explore o acesso, uso e valor recebido do
consumidor, entre outros fatores. Este estudo examina essas nuances
em pesquisas com mais de 2.800 consumidores, 25 entrevistas com
empresas de serviços financeiros em toda a região e analisa as
mudanças no comportamento do consumidor desde o seu primeiro
relatório em 2020.
Com a colaboração contínua entre os setores público e privado, a
Mastercard consegue desempenhar um papel central na expansão do
acesso digital e na garantia de acessibilidade e qualidade para
pessoas e organizações. Para ler mais sobre The State of Financial
Inclusion post COVID-19 in Latin America and the Caribbean: New
Opportunities for the Payments Ecosystem (O estado da inclusão
financeira após a COVID-19: novas oportunidades para o ecossistema
de pagamentos), faça o download do relatório aqui.
Escopo e metodologia
Os mercados de estudo incluíram Argentina, Brasil, Colômbia, El
Salvador, Guatemala, México e Peru. A pesquisa ocorreu entre
novembro de 2022 e janeiro de 2023 e consistiu em uma revisão dos
dados disponibilizados pelos governos e instituições financeiras,
bem como entrevistas com 25 prestadores de serviços financeiros e
entrevistas on-line com 2.815 indivíduos nesses sete mercados.
A AMI realizou entrevistas nacionais on-line com consumidores da
população em geral acima de 18 anos. As entrevistas tiveram números
iguais participantes de cada sexo (masculino e feminino) e quotas
de distribuição representativas em todos os grupos de rendimento
proporcional às capitais (60%) e cidades rurais (40%). Esses sete
mercados representam mais de 74% do PIB total da região e mais de
75% da sua população.
Sobre a Mastercard (NYSE: MA)
A Mastercard é uma empresa global de tecnologia na indústria de
pagamentos. Nossa missão é conectar e impulsionar uma economia
digital inclusiva que beneficie a todos, em todos os lugares,
tornando as transações seguras, simples, inteligentes e acessíveis.
Utilizando dados e redes seguros, parcerias e paixão, as nossas
inovações e soluções ajudam indivíduos, instituições financeiras,
governos e empresas a concretizarem o seu maior potencial. Com
conexões em mais de 210 países e territórios, estamos construindo
um mundo sustentável que abra possibilidades “priceless” para
todos.
www.mastercard.com
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original em businesswire.com: https://www.businesswire.com/news/home/20230612005140/pt/
Andrea Denadai, Mastercard Andrea.Denadai@mastercard.com
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