O Itaú Unibanco Holding celebrou um contrato com a Avenue
Controle Cayman e outros acionistas vendedores prevendo a aquisição
do controle da Avenue Holding Cayman.
O fato relevante foi feito pela empresa (BOV:ITUB3)
(BOV:ITUB4) nesta sexta-feira (08).
Após as aprovações regulatórias, o Itaú Unibanco adquirirá, em
um primeiro momento, 35% do capital social total e votante da
Avenue, por meio de um aporte de capital de R$ 160 milhões e da
aquisição secundária de ações, que juntos totalizam aproximadamente
R$ 493 milhões.
Após 2 anos da data de fechamento desta primeira etapa, o Itaú
Unibanco adquirirá participação adicional de 15,1%, por um valor a
ser determinado a partir de um múltiplo de receita ajustada
pré-definido, atingindo o controle com 50,1% do capital total e
votante.
Após 5 anos da data de fechamento da primeira etapa, o Itaú
Unibanco poderá exercer uma opção de compra para adquirir a
participação remanescente detida pelos atuais acionistas da
Avenue.
A Avenue detém uma corretora digital de valores mobiliários
norte-americana, constituída há 4 anos para democratizar o acesso
de investidores brasileiros ao mercado internacional, e conta
atualmente com mais de 229 mil clientes ativos, 492 mil contas
habilitadas e, aproximadamente, R$ 6,4 bilhões sob custódia.
“Em linha com iniciativas já anunciadas, como a aquisição da
Ideal Corretora e o lançamento da plataforma Íon, essa operação
reforça a estratégia do Itaú Unibanco em estabelecer um ecossistema
de investimentos que prioriza a satisfação do cliente, ao dispor
produtos e serviços nos canais mais convenientes para cada perfil”,
afirmou o banco no comunicado.
A oferta dos serviços de intermediação de investimentos da
Avenue disponibilizada à extensa franquia de distribuição e base de
clientes do Itaú Unibanco permitirá expandir o acesso ao mercado de
investimentos no exterior e à funcionalidade de abertura de conta
internacional, prover diversificação internacional de produtos e
serviços, através de uma experiência simples, ágil e de
autosserviço e contar com o talento e expertise dos reconhecidos
profissionais da Avenue.
A gestão e a condução dos negócios da Avenue continuarão
autônomas em relação ao Itaú Unibanco, que passará a ser mais uma
das instituições que disponibilizará aos seus clientes os serviços
da Avenue no exterior.
A conclusão desta operação está sujeita à aprovação dos órgãos
reguladores aplicáveis nas jurisdições competentes.
Itaú Unibanco acredita que não deve ter dificuldades
para obter aprovações regulatórias para a compra do controle da
Avenue
O Itaú Unibanco acredita que não deve ter dificuldades para
obter aprovações regulatórias para a compra do controle da Avenue,
corretora que fornece aos brasileiros acesso a mercados
estrangeiros, disse um diretor do maior banco privado da América
Latina nesta sexta-feira.
A transação foi anunciada nesta manhã e envolve a compra de 35%
da Avenue por 493 milhões de reais, além de acerto para aquisição
de mais de 15,1% em dois anos – com preço a ser determinado a
partir de um múltiplo de receita – e opção de integralizar o
restante futuramente. As operações seguirão autônomas.
Na visão de Carlos Constantini, diretor da área de Wealth
Management do Itaú, o fato de ser aquisição de uma empresa do
exterior, já que a Avenue opera nos Estados Unidos, facilita as
aprovações. Além disso, “são focos de negócio diferentes”, disse
ele a jornalistas.
O Itaú tem se movimentado no mercado em 2022, após questões
regulatórias terem barrado suas intenções com a XP.
O banco comprou 49,9% da XP em 2018 e planejava assumir o
controle da plataforma de investimentos alguns anos depois, mas o
Banco Central impediu a transação por questões de defesa da
competição. Depois disso, o Itaú decidiu entregar as ações da XP
diretamente a seus acionistas, principalmente para evitar
potenciais conflitos de interesse entre as duas instituições.
Em janeiro deste ano, o Itaú anunciou a aquisição de 50,1% da
corretora digital Ideal por 650 milhões de reais, com o direito de
adquirir o restante após cinco anos.
Questionado sobre a relação entre os negócios, Constantini
afirmou que a Avenue tem características particulares e que a busca
por sua aquisição provavelmente ocorreria independente de qual
tivesse sido o cenário do banco em termos de transações nos últimos
anos.
Ele disse ainda que não vê impacto da compra da Ideal nos avais
necessários à conclusão da aquisição do controle da Avenue. “O fato
de uma aprovação não ter saído não influencia na outra.”
Às 13h10, as ações do Itaú Unibanco subiam 0,7%, enquanto o
Ibovespa mostrava oscilação negativa de 0,25%.
Expansao da Avenue
A Avenue detém uma corretora digital de valores mobiliários
norte-americana, constituída há 4 anos, e conta atualmente com mais
de 229 mil clientes ativos e aproximadamente 6,4 bilhões de reais
sob custódia.
A empresa, até pela questão do pouco tempo de operação, ainda
queima caixa, disse o fundador e presidente Roberto Lee, que prevê
métricas financeiras robustas em um “curto espaço de tempo”, com a
entrada do Itaú no negócio aliviando pressão em investimento para
aquisição de clientes.
O Itaú tem uma operação de private banking, serviços de
investimentos para pessoas ricas, que oferta produtos dos mercados
internacionais e a ideia é crescer no varejo através da Avenue,
segundo Constantini.
“A Avenue é um pedaço da oferta que falta no nosso ecossistema”,
disse ele. “É uma oportunidade de criar uma indústria.” Segundo o
diretor do Itaú, as conversas entre as companhias eram, de início,
para uma parceria comercial e evoluíram para uma transação.
A Avenue também vê suas atividades como “muito complementares ao
Itaú” e, segundo Lee, não haverá troca de equipes na empresa. Além
disso, os atuais investidores seguem na companhia, mas com
participação diluída.
A corretora tem planos para expandir seus produtos financeiros,
“quem sabe em crédito e seguros”, afirmou seu presidente. A Avenue
deve lançar “em semanas” uma funcionalidade de transferências
internacionais, começando com a operação entre contas de mesma
titularidade, de acordo com o executivo.
Lee também não descarta um IPO em alguns anos, ainda que
classifique a opção como “futurologia”. O direito de compra de 100%
da Avenue pelo Itaú em cinco anos é com base no valor econômico da
empresa, esclareceram os executivos.
Sobre a integração entre as companhias, que deve ganhar tração
apenas após as aprovações regulatórias, Constantini, do Itaú, disse
que é muito cedo para falar qual deve ser a participação da Avenue
nos clientes do banco. Segundo ele, em média, a diversificação de
investimentos no exterior é de 25% na área de private banking, “mas
não acho que o varejo vá buscar esses 25%”, ressaltou, citando
fatores como menos recursos e familiaridade com os produtos
internacionais.
O diretor do Itaú ainda afirmou que o segmento de agentes
autônomos é outro em que o banco vê como uma “peça” que falta no
grupo e que estão “analisando opções”, mas não deu mais
detalhes.
⇒ A Itaú Unibanco pretende divulgar os resultados do
2T22 no dia 08 de agosto.
Informações FinanceNews
ITAU UNIBANCO PN (BOV:ITUB4)
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