O Itaú Unibanco obteve lucro líquido recorrente de R$ 7,361 bilhões no primeiro trimestre de 2022, o que representa alta de 2,8% perante os três meses antecedentes e avanço de 15% ante mesmo período do calendário anterior.

Os números ficaram em linha com a expectativa de lucro líquido de R$ 7,35 bilhões de analistas consultados pela Refinitiv.

O lucro contábil foi de R$ 6,743 bilhões, alta de 8,2% ante igual intervalo de 2021 e queda de 24,5% na margem.

O retorno recorrente sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) médio anualizado foi de 20,4%, elevação de 1,9 ponto percentual (p.p.) na comparação com 1T21.

O custo do crédito totalizou R$ 7,0 bilhões no primeiro trimestre, alta de 69,5% quando comparado ao mesmo trimestre do ano passado. Esse aumento ocorreu pelo crescimento de 57,8% da despesa de provisão para créditos de liquidação duvidosa (PDD), em razão da expansão da carteira de crédito de varejo ao longo do período.

A carteira de crédito total cresceu 13,9% ante o primeiro trimestre de 2021, atingindo R$ 1,0322 trilhão em março de 2022.

Na carteira de pessoas físicas, o aumento está relacionado aos volumes de linhas associadas a crédito garantido, como imobiliário (44,5%), e também de outras linhas, como cartão de crédito (41,4%), na comparação com o mesmo período de 2021.

O Itaú encerrou março com R$ 1,032 trilhão na carteira de crédito expandida. O saldo aumentou 0,5% ao longo do primeiro trimestre e cresceu 13,9% na comparação com março do ano passado.

O desempenho da carteira se refletiu na margem financeira gerencial do Itaú, que reflete o ganho do banco com operações que rendem juros e chegou a R$ 21,047 bilhões no primeiro trimestre do ano, avanço de 12,9% em base anual diante do aumento da rentabilidade. A margem com clientes, beneficiada pelo movimento, foi de R$ 20,039 bilhões, alta de 23,9% em termos anuais.

O Itaú atribui o crescimento da margem ao maior volume de crédito e ao mix de produtos, em que cheque especial, crediário e cartão de crédito, operações mais rentáveis para o banco, ganharam espaço. Por outro lado, houve menores spreads em produtos de crédito para pessoas físicas, efeito parcialmente compensado por um impacto positivo da alta da taxa Selic na margem de passivos.

As receitas de prestação de serviços e tarifas bancárias somaram R$ 9,772 bilhões, com queda de 4,6% no trimestre e alta de 7,2% em 12 meses. Já as receitas com seguros corresponderam a R$ 2,217 bilhões, com avanços de 11,6% e 21,2%, na mesma base de comparação. Por outro lado, as despesas totalizaram R$ 12,803 bilhões, com baixa de 4,2% no trimestre e expansão de 2,9% em 12 meses.

As despesas não decorrentes de juros alcançaram R$ 12,8 bilhões no primeiro trimestre de 2022, com aumento de 2,9% em relação ao mesmo período do ano anterior, enquanto a inflação acumulada foi de 11,3%. O programa de eficiência do banco tem contribuído de forma decisiva para essa performance. Nesse sentido, o índice de eficiência (acumulado nos últimos 12 meses) melhorou 3,8 pontos percentuais em comparação ao mesmo trimestre do ano anterior.

O banco explica que o aumento do lucro se deve ao crescimento da margem financeira com clientes, impulsionado pelo maior volume de crédito e pela mudança de mix de produtos, com maior crescimento relativo de produtos com melhores spreads e crescimento das receitas com cartões, devido a maior faturamento.

A inadimplência medida por atrasos acima de 90 dias atingia 2,6% da carteira de crédito do Itaú Unibanco no final do primeiro trimestre deste ano, de acordo com release de resultados publicado nesta segunda-feira, 9. O número representa um aumento 0,3 ponto porcentual na comparação com o mesmo período do ano passado, e é 0,1 p.p. maior que o registrado no quarto trimestre de 2021.

O Itaú afirma que o aumento foi puxado pela carteira de pessoas físicas da operação brasileira, que é a maior do banco, e que está relacionado à rolagem de créditos que estavam na faixa de atrasos entre 15 e 90 dias no trimestre anterior. O crescimento da carteira também influenciou na alta.

Na carteira de pessoas físicas no Brasil, os atrasos eram de 4,1%, um avanço 0,2 p.p. em relação a março de 2021. Na carteira de grandes empresas, a inadimplência era de 0,5%, alta de 0,1 p.p. em um ano. Em três meses, os atrasos aumentaram 0,3 p.p. na carteira PF, e ficaram estáveis entre grandes empresas.

Em termos consolidados, a inadimplência da carteira do Itaú segue abaixo dos patamares pré-pandemia. Em março de 2019, atingia 3%, no critério de atrasos acima de 90 dias.

Os ativos totais somaram R$ 2,183 trilhões no 1T22, contra R$ 2,128 trilhões no 1T21.

O custo do crédito totalizou R$ 6,968 bilhões no primeiro trimestre de 2022, um avanço de 69,5% em relação ao mesmo trimestre de 2021

“O aumento do custo do crédito no trimestre e na comparação com o mesmo período do ano anterior ocorreu principalmente em função da maior despesa de provisão para créditos de liquidação duvidosa nos Negócios de Varejo no Brasil, devido à maior originação em produtos de crédito ao consumo sem garantias. Além disso, tivemos menor recuperação de créditos baixados como prejuízo, que são sazonalmente menores no primeiro trimestre, e maior impairment de títulos privados nos Negócios de Atacado no Brasil”, explica o banco.

Projeções

O Itaú Unibanco manteve as projeções para o ano de 2022. A carteira de crédito total deve crescer entre 9% e 12%.

Já para margem financeira com clientes, o Itaú projeta crescimento de até 23,5% neste ano.

Os resultados do Itaú Unibanco (BOV:ITUB3) (BOV:ITUB4) referente o primeiro trimestre de 2022 foram divulgados na segunda-feira 09/05/2022. Confira o relatório de análise gerencial da operação!

* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney, Estadão, Reuters

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