Engie: Engie Soluções planeja expandir atuação no Brasil e tem R$ 1 bilhão para investir no negócio dentro dos próximos cinco anos
September 12 2022 - 2:07PM
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A Engie Soluções, divisão de serviços do grupo franco belga,
planeja expandir atuação no Brasil e tem R$ 1 bilhão disponível
para investir no negócio dentro dos próximos cinco anos. Formada
com o apoio de diversas aquisições, a empresa passou recentemente
por uma reorganização, “para parar de pensar por empresa e por
oferta” – como explicou ao Broadcast Energia o diretor
presidente da empresa, Jacques-Olivier Klots. Com isso, passou a se
estruturar em três diferentes pilares: serviços para cidades, como
concessões de iluminação pública e mobilidade elétrica; gestão de
energia, voltada para clientes com muitos pontos de consumo; e os
grandes consumidores de energia.
No formato atual, Klots avalia que a empresa conquistou o
portfólio desejado, e o foco passou a ser de integração. Por isso,
ele não vislumbra novas compras no curto prazo. “Vamos ver nos anos
que vêm, não fechamos a porta para aquisições, mas pelo momento não
é o foco principal”, disse.
O objetivo agora é ampliar atuação nas frentes de negócio
existentes e uma das principais apostas é expandir a carteira de
contratos de Parcerias Público Privada (PPP) de Iluminação Pública.
O segmento já responde pela maior parcela do faturamento da empresa
no Brasil, em valor não divulgado. Klots destacou que a Engie
Soluções está se preparando neste momento para disputar o leilão da
PPP de Curitiba, marcado para o próximo 21 de setembro. Também já
colocou no radar projetos que serão ofertados a mercado até o ano
que vem, como Ribeirão Preto (SP), Joinville (SC) e Canoas
(RS).
A empresa já possui duas concessões nesse segmento – Uberlândia
e Petrolina -, que somam mais de 120 mil pontos de iluminação, em
contratos de 20 anos. No caso de Uberlândia, que possui 90 mil
pontos de luz, os investimentos previstos pela Engie são da ordem
de R$ 80 milhões. “(Ter alguns contratos de) Cidades desse porte
seria ótimo”, comentou, citando que o foco são municípios de
tamanho “importante”, tendo em vista o crescimento da competição
nos leilões para PPPs de menor porte, em que disputam também
empresas menores.
Ainda no tema de cidades inteligentes, a Engie (BOV:EGIE3)
vislumbra entrar no mercado brasileiro de mobilidade verde, com
foco no desenvolvimento de infraestrutura de carga elétrica, um
segmento em que já atua no exterior. No entanto, Klots avalia que o
País esse mercado ainda está imaturo. “É um mercado que precisar se
estruturar um pouco mais, do lado de garantias e estrutura de
contrato, para manter um nível equilibrado de riscos entre
municipalidade e empresa”, avaliou.
Já na frente de gestão de energia, o objetivo da Engie Soluções
é avançar no volume de contratos envolvendo serviços de
consultoria, monitoramento de consumo e eficiência energética para
varejistas, bancos e outras empresas com muitas unidades
consumidoras. “Vemos que muitos competidores só focam na migração
para o mercado livre, porque é onde tem um valor importante, mas
tentamos ir além da migração”, contou, citando potenciais projetos
de eficiência energética na iluminação e no uso de ar condicionado.
Neste segmento, a empresa já possui contratos com cerca de 590
clientes, incluindo grandes grupos como Santander e Itaú.
Por fim, na frente de grandes consumidores, como indústrias e
shoppings, a Engie se apresenta como assessora para iniciativas de
descarbonização, para além dos contratos de compra e venda de
energia renovável (PPA, na sigla em inglês). “Essas empresas
fizeram a primeira parte, que é a mais fácil, de comprar um PPA
verde, mas o problema é que não saber dar o segundo passo, o que
fazer depois de descarbonizar o PPA, e a Engie pode entrar como
assessor para descarbonizar a infraestrutura”, disse Klots,
referindo-se a soluções de produção de vapor, água gelada, ar
comprimido. Ainda nesta frente, a empresa oferece projetos de
autoprodução solar, dentro das instalações do cliente, tendo 11
contratos de porte médio.
Autoprodução
Nas duas frentes voltadas para os consumidores, a Engie Soluções
realiza o investimento nas instalações e assume a manutenção e
operação por um prazo que pode chegar a 15 anos, dependendo do tipo
de projeto e da amortização desenhada. Neste caso, um contrato pode
exigir investimentos na casa de R$ 200 milhões, considerando, por
exemplo, a construção de uma usina de autoprodução de maior porte,
com capacidade de 50 megawatts-pico (MWp).
Segundo Klots, a empresa está desenvolvendo “um pipeline de
oportunidades bem importante”, em especial nas frentes de
autoprodução e descarbonização, com possibilidade de fechamento de
alguns contratos no curto prazo. Na sua avaliação, a forte
volatilidade do preço da energia, associado ao crescente interesse
no tema da sustentabilidade e à falta de caixa dos clientes, tem
gerado interesse crescente pelas soluções da Engie. “O driver não é
só o preço, precisa de visão de descarbonização, de meta (de
redução de emissões)”, explicou o executivo, embora saliente que os
projetos apresentados proporcionam economia em relação aos custos
atuais com energia .
Para além da atratividade pela esperada redução de custos,
cumprimento de metas corporativas de reduções de emissões e maior
garantia de disponibilidade de energia, o executivo avalia que os
projetos ganharão impulso a partir do lançamento do mercado de
crédito de carbono no País, conforme previsto em decreto
presidencial assinado em maio deste ano. “Recentemente, o preço do
carbono na Europa chegou a 90 euros por tonelada, é também
especulativo, mas é um número que começa a ser bem significativo e
impacta a operação de uma indústria”, comentou.
Informações Broadcast
ENGIE BRASIL ON (BOV:EGIE3)
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