Cielo (CIEL3): lucro líquido recorrente de R$ 503,1 milhões no 1T24, aumento de 14%
April 25 2024 - 9:55PM
Newspaper
A Cielo divulgou lucro líquido recorrente de R$ 503,1 milhões no
1º trimestre de 2024 (1T24), montante 14% superior ao registrado no
mesmo intervalo de 2023 (1T23).
Segundo o relatório, o desempenho foi impulsionado pela melhora
do resultado financeiro, custos normalizados e maior eficiência
tributária.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização
(Ebitda, na sigla em inglês) recorrente totalizou R$ 746,7 milhões
no 1T24, uma redução de 24,9% em relação ao 1T23, relacionada
principalmente aos gastos com o avanço do programa de transformação
da companhia e a expansão da força comercial.
A margem Ebitda ajustada, por sua vez, atingiu 29,1% no 1T24,
baixa anual de 9,6 p.p..
Já receita líquida somou R$ 2,563 bilhões no 1º trimestre deste
ano, uma diminuição de 0,3% na comparação com igual etapa de
2023.
O resultado financeiro foi positivo em R$ 37,5 milhões,
revertendo as perdas financeiras de R$ 70,6 milhões de um ano
antes.
Os gastos totais apresentaram alta de 11,4% na base anual,
refletindo investimentos na expansão comercial e no programa de
transformação #PraCimaCielo.
Já os custos normalizados da Cielo Brasil reduziram em 15,1% na
comparação ano a ano, refletindo eficiências operacionais que
levaram a menores custos vinculados aos terminais de captura e de
tecnologia.
No último dia 31 de março, a Cielo registrou um saldo de caixa e
equivalentes de caixa de R$ 1,260 bilhão, queda de R$ 1,090 bilhão
frente a 31 de março de 2023 e decréscimo de R$ 173,9 milhões
frente a 31 de dezembro de 2023.
Os resultados da Cielo (BOV:CIEL3)
referentes às suas operações do primeiro trimestre
de 2024 foram divulgados no dia 25/04/2024.
Teleconferência
“O principal aprendizado que tivemos é que temos espaços
importantes para melhorar no que diz respeito aos processos”,
comenta Filipe Oliveira, CFO e DRI da Cielo. Sobre a pressão de
custos em Cateno, a companhia está em ciclo de investimento
importante sem tempo estabelecido para terminar, segundo CFO da
companhia.
A maior provisão para perdas operacionais foi considerada uma
despesa pontual e sem repercussão para próximos trimestres, de
acordo com o CFO. O evento operacional não teve consequência no
churn (cancelamentos), segundo o executivo.
Em termos de preços, o CFO destacou que o mercado em vários
segmentos tem sido mais racional do que tem sido um ano atrás. “O
mercado tem sido racional, não tem sido muito agressivo em termos
de preço e segue sendo saudável”, aponta o executivo, comentando
que vê pouco espaço para desvios dessa tendência. “Essa visão
parece bem madura entre todos os players e é estrutural da
indústria”, reforça.
VISÃO DO MERCADO
Apesar de ter superado as expectativas de analistas no lucro
apresentado no primeiro trimestre de 2024, as tendências não seriam
positivas para Cielo (CIEL3), de acordo com analistas. A companhia
apresentou seu maior lucro desde o 1T19, chegando a R$ 503 milhões,
com alta anual de 14%.
Apesar da primeira impressão ser positiva, parte significativa
do lucro é correspondente a benefícios fiscais decorrentes do
pagamento extraordinário de Juros sobre Capital Próprio (JCP). “Não
fossem os benefícios de JCP, o lucro teria sido substancialmente
menor, totalizando apenas R$ 363 milhões, cerca de R$ 140 milhões a
menos”, explica a Genial, que classifica a companhia como
“neutra”
Além disso, o principal ponto destacado por analistas foi a
queda de participação no mercado aliado ao volume total de
pagamentos (TPV), a queda no lucro da Cateno pelas despesas
crescentes. Os números foram vistos como negativos também devido à
provisões para perdas operacionais e perda contínuas de
clientes.
JPMorgan
O JPMorgan analisou o trimestre como fraco, com lucro por ação
apoiado por reversões fiscais. A expectativa de repercussão nos
papéis foi afastada porque o banco estrangeiro considera que a
Cielo atualmente negocia com base na oferta pública em vez dos
fundamentos em si. Analistas do Goldman Sachs têm a mesma visão
sobre as tendências operacionais mais fracas e lucro apoiado pelo
fiscal. A pressão de custos em Cateno foi outro ponto destacado na
análise.
Itaú BBA
De acordo com o Itaú BBA, o fato de o lucro líquido da Cielo ter
sido beneficiado por um considerável benefício fiscal único deixa
claro que não reflete o atual momento da adquirente. A análise
destaca que, apesar de bons, os rendimentos apresentaram queda,
impactados pela maior penetração de pré-pagamento. Além disso, os
gastos da companhia seguem aumentando por investimentos contínuos
em forças comerciais e os custos e despesas totais subiram 12% na
comparação anual.
O banco recomenda a Cielo como market perform (performance de
mercado, equivalente à neutro), com preço alvo estabelecido em R$
5,60.
* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney,
Estadão
CIELO ON (BOV:CIEL3)
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